sábado, 16 de janeiro de 2010

Uma breve descrição do uso do Método Científico em pesquisas das Ciências Sociais

Hoje falamos muito sobre o método. O método é algo essencial, para o planejamento e posteriormente para que a pesquisa seja guiada a um fim, esperado ou não. No campo das Ciências Sociais, a metodologia muita das vezes pode ser um grande problema ou até mesmo uma excelente solução para se começar com maior segurança, uma pesquisa bem fundamentada e consistente.




Sabemos que a Ciência, tendo conceitos evolutivos, se divide em áreas do conhecimento. Sendo assim, temos as Ciências Humanas, Sociais, Biológicas, Exatas, e outras. Ainda assim, existem dentro destas divisões, subdivisões. Tais subdivisões são definidas segundo conceitos de diversos teóricos que nela estão inseridos. Podemos tomar como exemplo a Psicologia, que está dentro das Ciências Humanas, basicamente por ter como objeto de estudo a Psique Humana e suas manifestações em forma de comportamento, mas que ainda apresenta ramificações dentro dela mesma.



Abordando então o campo das Ciências Sociais, podemos dizer que a pesquisa de caráter qualitativo é a mais utilizada, porém não existe um único meio para se construir o conhecimento confiável e sim formas mais abrangentes ou não ao que se pretende investigar. Além disto, ainda temos que levar em consideração pontos apresentados no texto, como por exemplo, o fato de a pesquisa qualitativa considerar todos os dados da realidade como importantes. Pensemos então, o sujeito psicológico como uma pessoa inserida num ambiente, logo se faz necessário esta visão ampla que a análise qualitativa nos dá.



Além do que fora anteriormente destacado, ainda devemos levar em consideração o fato de que as pesquisas quantitativas são mais relacionadas ao pensamento positivista onde se preza pela objetividade. Logo, nos encontramos diante de mais uma provação de que a análise qualitativa é mais adequada às Ciências Sociais, pois as investigações promovidas nesta vertente irão permitir ao pesquisador uma maleabilidade em relação ao uso de regras, pelo fato de admitir que o objeto de investigação seja dotado de grandes aspectos diversificadores e flexíveis.



Concluo então que é possível perceber que a usabilidade da pesquisa qualitativa nas Ciências Sociais, é mais adequada. Devemos pensar não em totalidades, ou seja, o uso único de um meio ou outro, e sim perceber que existem formas que irão predominar no decorrer da pesquisa, porém estes meios se relacionam com a finalidade de promover uma pesquisa mais consistente. A pesquisa qualitativa e a quantitativa, possuem um caráter complementar, suas relações não são necessariamente de oposição, e é feito um apontamento nos mostrando que as pesquisas podem ser mistas.








domingo, 18 de outubro de 2009

Conceitualização de saúde nos dias atuais e quais os determinantes que geram estes conceitos.

É sabido que o homem nos primordios da humanidade ainda não formulava conceitos bem estabelecidos de saúde e doença, logo, construiram apenas referencias duais de vida e morte, essa dualidade assim como várias outras coisas que traziam medo e apresentava aos seres humanos o desconhecido eram explicadas com o uso de elementos extra-terrenos, metafísicos, deuses e outros fenômenos que estavam fora de seus corpos.


Todos os conceitos foram formulados de acordo com a ótica de cada tempo, no decorrer da história é possivel notar que a sociedade está diretamente associada ao ciclo de pensamento do momento, a atualidade auxiliae de certa forma precede a formação de conceitos, o zeitgeist de um tempo interfere nas perspectivas humanas acerca da realidade.


Tendo esclarecido isso, acredito que, todo o passado reflete no presente e nos fornece excelentes dados para a formulação deste, porém o presente não se funda apenas no passado e sim se conduz através de uma particularidade formadora de conceitos aplicáveis às suas próprias necessidades. Sendo assim, é até certo ponto comparável o pensamento moderno com o pós-moderno, havendo a possibilidade de entrelaçar todas as conceitualizações geradas até os dias de hoje sobre a conceitualização de saúde, porém o presente corresponde aos fatos, necessidades, contextos, aplicabilidades e outros fatores que só se encaixam neste momento da história, dominam por um tempo e também irá cair em desuso um dia e serão substituidos por outros que atendam melhor os outros períodos que estão por vir.


Como já foi dito, somos seres de passado, baseamos nossas decisões e consequentemente formulamos nossas vidas sob a base de experiências que arquivamos de nosso passado. A humanidade passou por vários estágios até chegar ao nível de conhecimento técnico-cientifico que temos acesso nos dias de hoje, o homem evoluiu e para acelerar o processo de evolução foram criados aparatos que nos possibilita o acesso à toda a genética humana e futuramente saber o local exato onde esta determinada falha no nosso sistema e corrigi-lá.


Saúde e doença, poderiam muito bem obter conceitos extremamente exatos, porém o ser humano não se aplicaria a este termo e assim, se a saúde e doença são conceitos que se aplicam ao seres vivos, toda a subjetividade, individualidade, contexto social, histórico, cultural e outros devem ser envolvidos para ditarmos uma formalização de saúde e doença e mesmo assim estariamos longe de uma resposta exata.


Da antiguidade poderiamos pensar na importância da religiosidade que está dentro da cultura e é um algo que influência bastante toda a humanidade e mesmo que esta tenha desenvolvido uma razão extremamente objetiva, nos baseamos na religiosidade.
Na Idade Média, quando notamos que a divisão social do trabalho começou a influenciar socialmente, e posteriormente no Renascimento e Revolução Industrial tal tema foi muito debatido, também incluido nos determinantes pois passa-se a pensar o ser social. A idade moderna foi formulada sobre tais conceitualizações, e de cada experiência vivida em cada época formulamos conceitos como o da OMS onde o homem, hoje é um ser biopsicosocial, e todas essas palavras que hoje formam apenas uma, ao meu ver são dados de experiências posteriores.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Psicanálise, comportamental e gestalt: Suas influências na formulação de uma nova ontologia

As matrizes comportamental e gestaltista, na psicologia, e da psicanálise se constituírem no mesmo período histórico. Elas configuram campos teóricos absolutamente distintos. Destacarei os princípios mais importantes de cada uma dessas matrizes e a importância de cada um desses campos para a formulação de uma nova ontologia.


O desenvolvimento histórico das matrizes comportamentais, gestaltistas e da ciência psicanalítica, se entrelaçam no tempo mas ao buscarmos as diferenças relativas ao espaço em que cada uma se desenvolveu, as necessidades que estas vieram suprir em tais ambientes e principalmente as bases filosóficas que as precederam, encontramos com maior facilidade as diferenças existentes e suas contribuições para a formulação de uma ontologia.


É notável que o comportamentalismo e a gestalt são movimentos que surgem simultaneamente surgem criticando a psicologia de Wundt mas logo voltam-se um contra o outro, justamente pelo fato de diferenciarem-se em suas perspectivas ontológicas onde o primeiro aponta para o ser mecânica e moldado pelo empirismo, ode impera o objetivismo e somente existe o que é palpável, observável ou seja guiada pelo positivismo, a segunda critica algo além dos métodos da psicologia de Wundt pois debate as bases epistêmicas deste propondo uma refutação pois discorda, dizendo que o todo não é a mera soma das partes como fora proposto pelo elementarismo por exemplo. As bases da gestalt não eram positivistas, anti-mentalistas, entre outros conceitos que eram propostos pelo comportamentalismo e sim pelo fato de estar inserida em um contexto cientifico onde até mesmo a física que é uma ciência positiva e a influenciou, começara uma revolução em suas estruturas cientificas onde influenciou outras áreas neste caso a gestalt, pois começava a aceitar a relatividade do observador, ajudando então a fazer ressurgir os conceitos mentalistas.


O comportamentalismo se formulava encima do pragmatismo americano e talvez por isso procurava excluir os subjetivismos e se tornar a mais positiva das escolas da psicologia.


Sendo então, a gestalt se relacionando com a física e o comportamentalismo com o pragmatismo, exibem a força que o ambiente exerce sobre toda a ciência e como as diferenças ontológicas que por sua vez surgem nesse ambiente podem gerar divergências sendo fator determinante para de certa forma determinar as longevidades das propostas de cada uma.


Preferi discutir a psicanalise separadamente pois não se trata de uma matriz da psicologia e sim uma ciência à parte. A psicanálise já existia antes mesmo da gestalt e da comportamental e suas proposições foram organizadas por Freud já fora da psicologia pois tinha como objeto de estudo o comportamento anormal e atenção a estes pontos que não eram discutidos pelas outras ciências ou escolas dentro da psicologia, mas por sua vez fazia parte do contexto cientifico e inseriu conceitos em várias disciplinas.


Acredito que o ponto que pode ser relacionado entre estes três modelos e por sua vez auxilia na formulação de ontologias é basicamente que estas escolas influenciaram as que a procederam e as novas escolas usaram das revoluções que por elas foram efetuadas. Refutaram suas idéias buscando nelas os erros e o que é plausível para o contexto cientifico atual, pois este quando averiguamos sob perspectiva histórica naturalista é o “corregedor” e aceita ou não baseando nas verificações epistemológicas e outras, se compete com a necessidade da ciência em cada tempo e todas estas revoluções quando são tomadas por novas ciências auxiliam na formação de novas ontologias.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Resenha – Filme: S.O.S. Saúde – De: Michael Moore

Em Sicko – SOS Saúde, o documentarista Michael Moore dá continuidade às suas obras extremamente polêmicas onde expõe suas críticas às instituições americanas. Em seu estilo arrojado de documentar fatos, desta vez ele aborda o sistema de saúde dos EUA, que, conforme demonstra, expõe a população ao abandono ou à ganância dos planos particulares de saúde. Particularmente, como já fora observado, o documentarista Michael Moore é um diretor um tanto quanto extremista, o que é retratado pode até ser a realidade, mas o excesso, nos faz pensar se realmente é tudo tão homérico como é relatado. Esta variação que nos traz questionamentos, chega a alterar o propósito do filme e o espectador ao invés de refletir sobre os serviços de saúde pública, pode se perder em meio ao raciocínio e discutir apenas a questão ideológica que ali está inserida. Além de teóricos que estão relacionados à área da saúde, ciências sociais e humanas, o filme, no contexto brasileiro, se for previamente feita uma pequena introdução que leve um conhecimento básico à população em geral, vem a ser um excelente meio de proporcionar ao cidadão brasileiro uma outra ótica que poderia incentivar uma valorização para com o Sistema Único de Saúde, pois infelizmente temos a tola mania de supervalorizar o “way of life” americano e nos menosprezarmos, tendo em vista que o filme exibe que o sonho americano não é tão suave quanto a mídia, quando dotada do intuito de manipular, o faz tão facilmente com os seus filmes, músicas, e outros fatores que de todas as formas tentam impor sua cultura ao nosso modo de vida.